terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Câmara de Vereadores: ampliar a mediocridade ou qualificar os mandatos?

Por Nathanael Andrade

São João del-Rei viveu a esperança de uma renovação política quando, em outubro de 2008, foram divulgados os resultados do pleito eleitoral que elegeu os novos ocupantes da Prefeitura e Câmara Municipal. Contudo, passados três anos, a expectativa dos eleitores parece ter se transformado em frustração generalizada. Por falta de experiência política e/ou por falta de real preparação e capacidade dos eleitos para exercer a importante função pública, a Câmara vem cumprindo mediocremente a sua missão, enquanto a cidade e os cidadãos...

Os resultados das eleições municipais de 2008, se analisados friamente representam, na prática, uma contradição: se, por um lado o eleitor deixou claro o desejo de mudança, ao renovar 80% da Câmara Municipal, elegendo oito novos vereadores para as dez cadeiras existentes na Casa, por outro, reelegeu Nivaldo Andrade (PMDB), como dirigente do Executivo Municipal. Contudo, prevaleceu a intenção de uma transformação, uma vez que, na troca de poder, outro grupo político, reassumiu o comando da prefeitura municipal.

A atual legislatura assumiu os trabalhos na Câmara Municipal compromissada com o pedido feito pelos eleitores através das urnas: assumir uma nova postura diante da função pública que passaram a desempenhar e, principalmente, cumprir com zelo as atribuições constitucionais do cargo, ou seja, apoiar e fiscalizar as ações do Executivo e, sobretudo, legislar, visando à boa condução administrativa no presente e o planejamento consciente para o futuro.

No entanto, os discursos e as promessas de campanha não tardariam a encarar a dura realidade de São João del-Rei: uma cidade em expansão, com muitos problemas sociais e estruturais e que ainda parece seguir seu caminho espontaneamente, como nos tempos da descoberta do primeiro ouro. Sem muita criatividade, a Câmara vem seguindo o roteiro das legislaturas anteriores: pouca produção legislativa de importância, contrastando com uma grande quantidade de projetos de nomes de ruas, concessão de títulos honoríficos, reconhecimento de utilidade pública, dentre outros.

A Câmara é um local de assistencialismo, de vaidades e uma vitrine para a promoção política: Jânia Costa, por exemplo, já se diz candidata a prefeita em 2012. Além do mais, pesa a acusação de que a casa legislativa é subserviente ao prefeito Nivaldo Andrade. Não há oposição ao Executivo (somente a vereadora Vera do Polivalente - PT - assume claramente esta posição), o que, certamente, enfraquece o debate de idéias, de proposições na busca de uma melhor solução para os problemas da cidade. O pior é que este apoio não tem sustentação ideológica, mas uma utilidade prática: ninguém parece querer remar contra a maré, neste caso, a maré de votos que o prefeito arrasta nas urnas.

Um exemplo banal serve para mostrar o quanto a Câmara são-joanense precisa se movimentar para colocar a cidade no caminho da modernidade e da transparência no setor público. Ao buscar dados concretos para consolidar a opinião aqui exposta, procuramos pelas informações oficiais da Câmara e o que encontramos? Em plena era da informação, não encontramos nada além de um blog, cujas ultimas postagens foram feitas em outubro de 2010.

Os nobres edis, tão ávidos pela exposição na mídia em períodos eleitorais, não querem mostrar serviço e, para a população, só aparecem mesmo em momentos de escândalo. No começo desta legislatura, esteve na berlinda a vereadora Rosinha do Mototáxi, com nova suspeita de comprar de votos. Não demorou muito e entraram no ar as confusões entre Silvia Fernanda (PMDB) e Gilberto Lixeiro (eleito pelo PT, mas que se aliou ao Nivaldo e hoje está no PMDB) envolvendo uma grave acusação de racismo. Logo depois, uma confusão entre estudantes e o presidente da casa, Mauro da Presidente (PSDB). Nos últimos tempos, o foco novamente na vereadora Silvia e a polêmica sobre a matança de animais (que no final de novembro teve seus minutos de fama no programa popularesco “Super Pop” de Luciana Gimenez em rede nacional, convidada para falar sobre o assunto).

Para o cidadão Giovani Torttieri, o povo fez a sua parte nas eleições 2008, ao renovar a Câmara. Mas as escolhas foram mal feitas. “A Câmara é o retrato do povo são joanense”, completou, reafirmando a máxima de que “cada povo tem o governo que merece”. Antonio Claret, do Instituto Apoiar, reconhece que só haverá mudança quando houver participação popular. Para ajudar o cidadão a cumprir o seu papel – que é o de acompanhar a ação legislativa de seu eleito e também da Câmara, como um todo – o Instituto vem gravando e postando no site da ONG (http://www.institutoapoiar.org.br/) as reuniões ordinárias da Câmara para os interessados, que possam acessar via internet.

Nas diversas enquetes promovidas pelo site, fica evidente a indisposição dos internautas em relação ao Legislativo Municipal. A última delas aponta uma tendência de opinião com relação ao aumento do número de cadeiras na Casa: a maioria é contra! Afinal, São João del-Rei não precisa de mais vereadores. Precisa, sim, de bons vereadores e de uma nova renovação. O povo não quer mais, do mesmo.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Jânia Costa anuncia que pretende disputar a Prefeitura de São João del-Rei em 2012

Por Antônio Ferreira e Fernando Chaves

A vereadora Jânia Costa (PRTB), 50, anunciou que é pré-candidata na disputa para a Prefeitura de São João Del Rei em 2012. Em seu primeiro mandato no Legislativo, Jânia Costa avalia que a sua experiência na política pode contribuir para melhorar a administração da cidade. Eleita pelo PTB, foi presidente da Câmara dos Vereadores e se coloca hoje como crítica do governo do prefeito Nivaldo de Andrade (PMDB) que, na sua opinião, não fez a cidade avançar. Quanto a candidatura de Jânia à sucessão municipal, ela contou que já tinha negociado dentro do antigo partido - PTB, do qual era presidente, mas foi traída por alguns colegas que fecharam com o prefeito, que é candidato à reeleição. Percebendo que não teria chances de disputar a Prefeitura pelo PTB, imediatamente, dentro do prazo da legislação eleitoral, migrou para o PRTB.

Quanto à trajetória política, a vereadora afirma que está ligada aos bastidores da política mineira. Por vários anos, Jânia Costa foi assessora de gabinete do ex-prefeito Cid Valério, falecido na década de 1990. Também foi assessora parlamentar do deputado Ambrosio Pinto e, antes de assumir sua cadeira na Câmara municipal da cidade, assessorava o deputado Domingos Sávio (PDT-MG) na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Segundo Jânia da Costa, que é formada em Direito, a sua experiência na vida pública foi adquirida nesta longa passagem pelos bastidores da política. Jânia se diz frustrada com a situação da atual administração do prefeito Nivaldo José de Andrade e faz críticas à sua gestão. “Nada acontece em São João Del Rei, desde os mandatos, anteriores dele que a cidade está abandonada. Para que se tenha uma idéia desse descaso, aconstrução do quartel dos bombeiros na década de 1990 foi uma articulação minha com o deputado Ambrosio Pinto para quem eu trabalhava como assessora parlamentar”, comentou.

Ainda com relação à cidade, Jânia da Costa afirma que os convênios firmados pelo Executivo não passam pela Câmara. A vereadora critica a postura de Nivaldo. “Para o prefeito, o Legislativo não existe”, alfinetou. Quanto à sua atuação na Câmara, a vereadora disse que não é de ficar apresentando projetos de lei. “Prefiro lutar pelo cumprimento das leis existentes. Temos uma lei municipal aprovada pela casa desde 2005 em que idosos acima de 60 anos têm o direito ao transporte coletivo gratuito. Porém, ela não é cumprida”, criticou a vereadora.

Nas últimas semanas, antes do fim do prazo de mudança de partido pela legislação eleitoral para quem quer se candidatar em 2012, a vereadora deixou o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e migrou para o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Essa saída da legenda petebista surpreendeu muita gente. Segundo Jânia da Costa, em reunião com prefeitos e vereadores convocada pela Executiva do partido, foi acordado que o PTB teria chapa própria para a Prefeitura e não apoiaria Nivaldo, que pretende disputar a reeleição. “Faltando dois dias para a publicação de transferência de legenda, fiquei sabendo que fui retirada da presidência do partido na cidade e que não teríamos uma candidatura própria. Por isso, resolvi deixar o PTB disse a vereadora”, relatou.

Jânia Costa acredita que a política é uma escola da vida. Segundo ela, fazer política é mais que o assistencialismo que vemos no dia-a-dia. “Para essa gente assistencialista, é importante que povo bata na sua porta, para requerer favores. Sem saber que, na verdade, que muitos desses favores são direitos dos cidadãos. Por isso, meu nome está à disposição do partido e do povo de São João Del-Rei. Serei a mudança, porque não tenho compromisso com ninguém, apenas com a população de São João Del- Rei”, frisa a vereadora em tom de campanha eleitoral.

Projetos apresentados pela vereadora

Em três anos de mandato na atual legislatura Jânia Costa apresentou para apreciação da câmara 20 projetos de lei. Desses projetos 18 foram aprovados. Sendo que cinco deles são de denominação de via publica. Como, por exemplo, o que faz a denominação da via pública Argemiro das Mercês Neves, na vila do Rio das Mortes.

Concessão de diplomas de honra ao mérito aparece em três projetos indicados pela parlamentar. Também há na pauta da vereadora a preocupação de concessão de titulo de cidadão são-joanense em dois projetos aprovados pela Câmara.

As entidades de utilidade pública tiveram a apreciação da vereadora em dois projetos indicados por ela. Considera-se através deles de utilidade publica a Associação dos Parentes e Amigos dos Portadores de Transtornos Mentais- APATM e a Fundação Cardeal Dom Lucas Moreira neves.

A apreciação das contas do poder executivo é apreciada em dois projetos indicados por Jãnia. Além disso, um projeto de lei indicado por ela cria na estrutura da Câmara Municipal um cargo de assessor jurídico.
Portanto mais de 50% dos projetos por indicados são de nomeação de ruas, diplomas de honra ao mérito, concessão de cidadania são-joanense aos ilustres. Os projetos de utilidade pública são pouco apreciados pela vereadora. Dessa forma cabe a população são-joanense descobrir a melhor opção nas eleições do ano que vem.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

João da Marcação: do agendamento de consultas para a Câmara de vereadores de São João del-Rei

Por Vinícius Borges, Bruno Laviola e Pâmella Chicarino

João usa microfone na câmara e defende prefeito Nivaldo (foto: Bruno Laviola)
São João del-Rei passou a ser considerada um importante centro político em função da inserção de políticos da cidade no cenário da política nacional, como o ex-presidente Tancredo Neves e seu neto Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais por dois mandatos, atualmente senador e visto como um dos possíveis candidatos do PSDB à Presidência da República em 2014. Mas, quando se trata da política local, o cenário é marcado por líderes muito próximos das camadas populares e que não possuem a visão profissional da política, apelando, muitas vezes para, o populismo, o assistencialismo, típico da política fisiológica pautada na troca de favores. Na prefeitura e na Câmara de Vereadores se encontra figuras bem diferentes entre si, mas que, na grande maioria, refletem a realidade da política pelo interior do Brasil.

É nesse cenário que o homem de aparência séria, com seu marcante bigode, exerce um mandato com base em sua profissão de mais de três décadas: a marcação de consultas. João Geraldo de Andrade - o João da Marcação, como é conhecido por seus eleitores, orgulha-se de sua vida política ininterrupta no PMDB e enaltece, entre outras figuras, o ex-presidente Tancredo Neves e o prefeito Nivaldo de Andrade (PMDB). Em entrevista ao blog “Vertentes, política e poder”, João da Marcação falou de seus projetos apresentados na Câmara, da sua condição de líder do Executivo e da sua trajetória política no PMDB, desde quando conheceu Tancredo Neves. O vereador entra ainda em questões polêmicas, como a sua infidelidade partidária ao apoiar o candidato Antônio Anastasia (PSDB) na eleição do ano passado para o governo de Minas Gerais, faz críticas ao ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), defende a ampliação de vagas na Câmara, de 10 para 15 cadeiras e questiona a falta de prestígio político de São João del-Rei em detrimento de Barbacena. João da Marcação traça ainda um cenário da disputa pela Prefeitura de São João del-Rei em 2012 e diz que pode vir a disputar um quinto mandato, se seu nome for aprovado na convenção do partido.

Atuação na Câmara de Vereadores
A atuação parlamentar de João da Marcação é basicamente vinculada a um grande número de projetos que dão nomes a ruas ou mudam o nome delas. Entretanto, ele faz questão de destacar alguns de seus projetos na área da saúde e de frisar seu papel como líder do prefeito Nivaldo na Câmara. “Eu entrei com um projeto dando direitos aos portadores de câncer. O câncer hoje atinge a população em geral. Todo tratamento do câncer é agressivo: a quimioterapia e a radioterapia. O projeto dá o direito aos cancerosos de melhor atendimento: passe livre, direito de ser atendido na frente nas filas de banco, do INSS”, diz.

Apesar de seu projeto visando a um melhor atendimento na saúde, o vereador reconhece as dificuldades no setor e o descontentamento de parte da população. “A saúde não só em São João del-Rei, como em todo cenário nacional, é péssima. Não podemos nos espelhar pelo que está pior, pois nós temos que ser os melhores. A saúde ainda tem que melhorar muito, mas já tem avançado, como, por exemplo, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que foi inaugurada. Temos hoje um pronto-socorro 24 horas”, explica.

Incentivado pelas leis anti-fumo no país, o vereador João da Marcação fez questão de também deixar em São João del-Rei um projeto similar. Para ele, o projeto tem um compromisso com a questão da saúde. “Eu não sou obrigado a fumar para você. Que cada um respeite o direito do outro. Eu não posso estar num recinto fechado e respirando um ar poluído. O cigarro é hoje o maior causador do câncer de pulmão”, afirma.

Trabalhador da área da saúde e um dos vereadores com mais mandatos na Câmara de São João del-Rei (quatro mandatos), ele mostra firmeza em seu posicionamento sobre um polêmico assunto: o aumento de cadeiras na Câmara Municipal. Baseado na lei 58/09, promulgada no ano de 2009 e que prevê novos limites do número de vereadores de acordo com a população dos municípios, o vereador defende que haja um aumento. Segundo a lei, São João del-Rei poderia ter até 17 vereadores. “Eu achei melhor entrar com um projeto de aumentar para 15”, informa. A sua argumentação se baseia no teor legal da lei, mas ele diz que o projeto está parado e que não tem se empenhado tanto no assunto.

João mantém-se fiel ao PMDB desde a sua primeira candidatura. E não é à toa: o seu pai, lavrador, com pouco estudo e 9 filhos para criar, era peemedebista e mantinha ligação com o ex-presidente Tancredo Neves, um dos mais notáveis membros da história do partido. Foi, aliás, por intermédio de Tancredo Neves que ele conseguiu a transferência em 1972 de Belo Horizonte como funcionário do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), para São João dei Rei, criando raiz na cidade, na qual está até hoje.

Há mais de 24 anos na vida pública, João Geraldo, que está em seu quarto mandato – o primeiro foi como suplente e os outros três como titular –, foi eleito pela primeira vez já quando trabalhava no INSS (antigo INAMPS) na área de marcação de consultas, quando passou a ser conhecido como João da Marcação. “Eu vi, por intermédio do meu trabalho, que São João del-Rei precisaria de uma pessoa que, mesmo sendo simples, poderia estar somando na vida pública”, comenta. Foi então, neste período, que recebeu um convite do antigo vereador Alfredo Eugênio, que pretendia se aposentar, para substituí-lo, depositando a confiança nele para dar seqüência ao trabalho que vinha fazendo. Em sua primeira candidatura, não foi eleito - teve cerca de 500 votos.

Para atual legislatura, João da Marcação teve um respaldo de 802 eleitores, mas afirma que nunca diz que está pronto para um próximo mandato. Ele se orgulha do apoio do prefeito Nivaldo, colega de partido e candidato à reeleição em 2012. É na base de apoio dele que João da Marcação exerce seu mandato.

Divergências polêmicas
Saudosista de Tancredo e de raízes peemedebistas, o vereador João da Marcação assumiu posicionamento político diferente de seu partido nas últimas eleições para o governo do estado. Apesar de seu partido, o PMDB, lançar Hélio Costa como candidato, o vereador são-joanense, seguindo orientação do prefeito Nivaldo de Andrade, também peemedebista, fez campanha para o candidato tucano, Antônio Anastasia, e não se arrepende de seu ato.

João lembra uma conversa anterior às eleições com Hélio Costa para justificar seu posicionamento. “Eu fiz um pedido para o CAIC, onde hoje funciona o IFET (Instituo Técnico Federal). Ele me prometeu que ia conceder de 10 a 15 computadores para as crianças carentes da zona rural. Ele não cumpriu, por isso não o apoiei”, justifica. Apesar do fato, o PMDB de São João del-Rei, liderado pelo prefeito Nivaldo, também apoiou Anastasia, visando o seu apoio e o de Aécio Neves em 2012.

Mesmo adotando uma postura de infidelidade partidária, ao não apoiar Hélio Costa, João da Marcação é enfático em sua opinião e demonstra convicção de sua decisão política na eleição para o governo de Minas. João se lembra do pedido que, segundo ele, não fora atendido pelo então Ministro das Comunicações. “A pessoa tem que ter caráter, tem que ter nome. Se eu prometo algo tenho que cumprir. Ele colocou telecentro até no céu e não atendeu ao pedido deste vereador”, alfineta o vereador.

Rivalidade com Barbacena
Outra questão polêmica abordada por João da Marcação é o fato de as lideranças políticas do Campo das Vertentes dará, muitas vezes, preferência a Barbacena em detrimento de São João del-Rei. Segundo o vereador, Barbacena é um forte pólo político da região, graças a seus importantes políticos, como o próprio Hélio Costa, os Andradas e os Bias Fortes. Para ele, essa forte presença política está fazendo com que Barbacena usufrua de muitos benefícios e tenha maior destaque na região se comparada a São João del-Rei. Porém, perguntado sobre a presença do são- joanense Aécio Neves e do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), ele mostra algumas ponderações. “Hoje nós temos o Aécio e o majoritário em São João del-Rei, que é o Reginaldo Lopes. Mas entre o Aécio e o Reginaldo Lopes, nós ficamos só com o Aécio, porque muitas das vezes o Reginaldo também vai apoiar Barbacena e não vai apoiar São João del-Rei. Sabe que a população de Barbacena é muito maior que a de São João del-Rei. Então, para ele, politicamente, levando pra Barbacena, está ganhando mais. Não posso culpá-lo muito, não, porque ele trouxe o IFET, que é uma grande conquista para São João del-Rei”, afirma.

Questionado sobre o poder que o senador tucano teve especialmente quando era governador do estado, o vereador diz que foi de grande valia para a cidade que representa, mas que Barbacena tem políticos fortes em maior número e isso é fator fundamental para a cidade.

Líder de Nivaldo
João da Marcação é o líder da base de Nivaldo na Câmara. Ele cobra muito de seus aliados e enfatiza que a base precisa ser mais constante, discutindo os projetos e elevando os trabalhos do prefeito. “A nossa base hoje não é aquela base concreta. Nós temos que ter mais união. A base que é base não é só na hora de cobrar melhorias para a cidade, não, cobrar o que o vereador precisa para o seu bairro. É ela quem eleva o nome do prefeito na cidade”, argumenta.

Na reunião da Câmara do dia 3 de novembro, João da Marcação, com o aval dos vereadores Gilberto Lixeiro (PMDB) e Rodrigo (PMDB), destacou a necessidade de atribuir o nome do prefeito às causas conquistadas com o apoio deste. Quando questionado a respeito de uma das principais funções do cargo - a de fiscalizar o executivo -, ele tenta se justificar. “Nós temos que reivindicar e, quando atendidos, devemos ter a seriedade de agradecer. Não é só cobrar”, afirma.

João da Marcação vê o atual prefeito como um transformador da realidade são-joanense. “Eu me lembro quando o prefeito Nivaldo assumiu pela primeira vez. Podia-se contar nos dedos quantas ruas asfaltadas havia. Nós tínhamos uma cidade carente em tudo. Se tirar o que o prefeito Nivaldo fez em seus mandatos e a Universidade Federal, nossa cidade volta a ser um arraial”, avalia. Esta, aliás, pode ser a polarização nas próximas eleições, com Nivaldo (PSDB) que, para João, trabalha em prol dos menos favorecidos, e Helvécio (PT), reitor da UFSJ – ainda não confirmado como candidato. Cristiano Silveira pode também ser o indicado do PT e Adenor Simões (PSB) corre por fora na disputa já se colocando como candidato.

Eleições 2012

“Enfrentar o Nivaldo é pedreira. Não vou fazer essa besteira”, admite João, quando revela ter sido convidado para ser candidato a vice-prefeito da vereadora Jania Costa nas próximas eleições. Reconhecendo a acirrada disputa que se dará nas urnas, acrescenta sua opinião a respeito dos oponentes. “Helvécio com nova mentalidade e Cristiano querendo trabalhar são candidatos fortes”, avalia. No entanto, não deixa de ressaltar o que ele enxerga como limitação de Helvécio (PT), que ele descreve como “um ótimo reitor, muito conhecido e reconhecido nas cidades de origem dos estudantes da universidade, mas os alunos de São João del-Rei mesmo não chegam a quinze por cento do eleitorado”, explica.

Quanto ao seu antigo colega de Câmara, Cristiano Silveira (PT), não deixa de lado a diplomacia e afirma que ele tem uma boa carreira política, porém não rejeita a chance de alfinetá-lo. “Ele pecou por ficar quatro anos fora de São João del-Rei” Sobre o ex-vereador Adenor Simões (PSB), que foi candidato a prefeito em 2008, João traça um panorama do eleitorado dele. “Ele tem o voto do centro da cidade, da alta sociedade de São João del-Rei”, afirma.Ele relembra as atividades de Adenor Simões na Câmara, mas enfatiza que ele “ainda está longe de ser prefeito de São João del-Rei.”

Em relação a Nivaldo, o vereador mantém a sua lealdade e não poupa elogios ao que ele chama de política social do prefeito. A sua liderança e o apoio a Nivaldo não se limitam a Câmara, pois a todo instante o vereador faz questão de enaltecer seu aliado político. “Ele consegue conquistar os menos favorecidos. O Nivaldo tem feito uma forte política social”, afirma.

Quanto à possibilidade de disputar mais um mandato na Câmara, João da Marcação é cauteloso. “O futuro pertence a Deus. Desde que entrei na política, nunca disse que estava preparado para as próximas eleições”, ressalta. “Se eu passar na convenção, creio que ainda tenho força e vontade de continuar trabalhando em prol de São João del-Rei”, declara o vereador. Com o tradicional discurso político e não perdendo a oportunidade de defender seu trabalho, ele destaca o trabalho que já desenvolveu na Câmara. “Eu tenho muito trabalho prestado e bem prestado por São João del-Rei. Além do mais, eu tenho o apoio do prefeito Nivaldo”, conclui.

domingo, 20 de novembro de 2011

Deus e o diabo na terra de São João

Por Nathanael Andrade

Nos primórdios da terra são-joanense, o Barroco imprimiu nos moradores as marcas de seu antagonismo peculiar. Marcas que ficaram não apenas na arquitetura e decoração dos templos, nas tradições e ritos religiosos, mas, sobretudo, na alma de seu povo. Por isso, em São João del-Rei, há sempre uma referência, uma aproximação, entre elementos tão paradoxais quanto a vida e a morte, o sagrado e o profano, o bem e o mal, Deus e o diabo. E quanto aos últimos, ninguém incorpora melhor estas figuras metafísicas (na visão de aliados e opositores), que o prefeito Nivaldo Andrade.

Nivaldo é, acima de tudo, um fenômeno. Um fenômeno eleitoral que surgiu na década de 90 e que mudou a história de São João del-Rei. Seu grande feito foi abalar a “normalidade” dos pleitos eleitorais e os fundamentos da estrutura política na cidade. Ele quebrou a hegemonia das famílias e elites locais, tornando-se o primeiro chefe do Executivo oriundo das classes populares. E, além disso, segue dominando o cenário político são-jonanense há mais de uma década, tendo sido vitorioso em todos os pleitos que disputou, outro fato inédito.

De origem humilde, semi alfabetizado e sem tradição familiar, Nivaldo apareceu no cenário político são-joanense como um discípulo ou apadrinhado do ex-governador Newton Cardoso (PMDB). No currículo, uma carreira de sucesso como comerciante (dizem que “vendia” dinheiro) e uma bem comentada administração na vizinha cidade de Tiradentes, numa época em que um diretor de uma poderosa emissora resolveu fazer da decadente cidade um grande fenômeno turístico-cultural internacional.

Além do mais, para os são-joanenses mais pobres, os discursos da tradição já não mais faziam efeito, pois precisavam de soluções práticas para seus problemas básicos. Nivaldo sempre caminhou nesta direção, buscando o apoio popular com um discurso afinado com a gramática dos mais pobres. Assim, ele passou a colher os frutos destes investimentos, consolidando, a partir de então, uma vitoriosa carreira política com passagens pelo Executivo de Tiradentes, São João del-Rei (por um e três mandatos respectivamente) e pela Assembléia Legislativa Estadual (um mandato).

Para simpatizantes e aliados, Nivaldo é quase Deus. Imagem construída ao longo de sua carreira por uma combinação de fatores favoráveis que vão desde o cenário de estabilidade econômica (Plano Real) e de consolidação dos princípios democráticos estabelecidos pela Constituição de 1988, passam pelo discurso populista afinado com os interesses da maioria da população e terminam com muitas ações, tanto no campo social como na infra-estrutura.

O asfalto tornou-se a marca de ação de seus governos. Mas também vieram pedrinhas portuguesas, reforma(s) de passeios e praças, PSF´s, restaurantes populares, funerárias populares, ambulâncias, viagens gratuitas para BH, isenção de taxas e impostos, doações...”O maior canteiro de obras do Brasil” é também a “casa da madre Tereza de Calcutá”, tamanha as bondades aqui executadas. Não é a toa que o prefeito é o “pai dos pobres” são-joanense.

Este apoio popular (mais de 50% dos votos válidos em 2009) dá ao prefeito, que enfrenta mais de 50 processos na Justiça, a confiança de dizer que, no próximo pleito eleitoral, pode escolher qual cidade da região quer governar: São João del-Rei, Santa Cruz de Minas e Tiradentes.

No entanto, para a oposição, as aparências enganam e a arte de enganar é uma das manhas do diabo. Nivaldo representa o contra-senso, o caminho do atraso e da falta de eficiência e transparência pública. “Fico triste ao ver minha cidade ser governada por um sujeito como este” – é o discurso uníssono dos que fazem oposição ao prefeito.

As críticas envolvem as obras e a forma como são conduzidas, o assistencialismo gratuito e com fins visivelmente eleitorais, a política de favorecimentos (que incha as repartições públicas com cargos em comissão), o relacionamento com a imprensa e a Câmara dos Vereadores, a ausência permanente da autoridade máxima do governo municipal – que governa São João del-Rei, ou de sua casa em Santa Cruz, ou de seu sítio em Tiradentes, dentre outras.

Nada, no entanto, abala o olhar perdido do prefeito Nivaldo. Desta forma, sem praticamente nenhuma oposição, ele segue tranquilamente a governar a cidade que diz carregar no coração. À distância, assim como Deus e como o diabo, ele cuida do seu rebanho de ovelhas e lobos.

sábado, 19 de novembro de 2011

Vereadora aciona redes sociais e é única oposição ao prefeito Nivaldo


Por André N. P. Azevedo e Walquíria Domingues

Eleita com 947 votos para o seu primeiro mandato, Vera Lúcia Gomes de Almeida – Vera do Polivalente (PT) é hoje, entre os 10 vereadores da Câmara Municipal de São João del-Rei,  a única que faz oposição ao prefeito Nivaldo de Andrade (PMDB). Em 2008, o PT chegou a eleger dois vereadores – Vera e Gilberto Lixeiro, que, depois de se aliar ao prefeito, foi expulso do partido. A vereadora petista declarou que pretende se candidatar novamente à Câmara faz um balanço da sua atuação no Legislativo e critica a gestão do atual prefeito. Vera do Polivalente afirma ainda que tem uma das suas estratégias utilizar as redes sociais para manter a população informada sobre as suas ações na política.
No dia 4 de novembro de 2011, a vereadora foi surpreendida por receber o Prêmio Troféu TV Campos de Minas na categoria “vereador”. Ela disse ter ficado surpresa, uma vez que, por ser evangélica, a petista imaginou que seria difícil receber um prêmio organizado por partidários do PSDB – a TV Campo de Minas é de propriedade da família Neves e no qual o principal homenageado era o padre Reginaldo Manzotti, da Igreja Católica. “Eu fiquei muito emocionada. Sinceramente, eu não achei de ganhar, achei que seria o Mauro ou o Rodrigo”, conta a vereadora Vera do Polivalente.
A vereadora petista reafirmou a sua intenção de ser candidata novamente na eleição do ano que vem. “O primeiro mandato é para pegar experiência. Agora que já tenho certa experiência, vou atuar melhor”, afirma Vera do Polivalente. Quanto à sua atuação na Câmara, ela se destaca em relação aos demais vereadores, já que a maioria sequer apresentou projetos e mantém uma relação de subserviência ao prefeito Nivaldo.
Os projetos de lei vão desde nomes de ruas a projetos mais sérios, como o “Ficha Limpa” e o “Câmara Itinerante”, que geraram certa polêmica. Sobre o “Ficha Limpa”, Vera do Polivalente afirmou que os próprios políticos não querem “dar a cara a tapa”. “O Nivaldo vetou e eles aprovaram o veto do prefeito. Isso mostra que eles votam com o ele, que o prefeito manipula a votação”, ressaltou.
Sobre o projeto da “Câmara Itinerante”, que tinha como propósito proporcionar ao cidadão o contato direto com os vereadores e dar a oportunidade de expor os problemas de sua comunidade, a petista comentou que está fazendo o serviço sozinha. “Estou indo sozinha para os bairros, conversando com a comunidade. Já comprei até um Data Show, para levar cinema para os bairros, para as crianças, e para conversar com as pessoas sobre temas importantes, pra que elas participem das coisas políticas da cidade”, disse.
Outro projeto, apresentado pela vereadora e vetada pelos vereadores, foi sobre os direitos da mulher.  A câmara dos vereadores de SJDR, a primeira no Brasil que tem 50% de mulheres, vetou o projeto de lei que instituía o dia da conscientização dos homens contra a violência contra a mulher. “Eles não aprovaram e foi uma pena. Infelizmente, três das vereadoras votaram contra. Daí eu fiz um artigo falando do machismo dentro da Câmara”, lamentou Vera, que preferiu não falar o nome das colegas da câmara.
Seguindo certo hábito dos vereadores de São João del-Rei de implantar datas comemorativas, Vera do Polivalente também apresentou vários projetos nesta linha. Dois projetos foram rejeitados. Segundo a vereadora, o veto pelos vereadores foi mera “picuinha”, já que vários vereadores já fizeram projetos de lei do mesmo cunho e ninguém vetou. No entanto, em seu mandato, Vera teve aprovado outros projetos parecidos, como “Dia Municipal do Líder Comunitário”, “Dia Municipal Sem Carro”, “Dia do Evangélico”, “Dia Municipal do Doador Voluntário de Sangue”, “Dia Municipal de Prevenção ao Diabetes”, “Dia do Trabalhador Motociclista” e ainda o “Dia Municipal da Água”, que acabam gerando gastos necessários ou não para os cofres públicos.
Os seus projetos de lei caminham entre o que é útil e o que é acessório. Alguns são pertinentes, como o que dispõe sobre a substituição do uso de sacolas e sacos plásticos nas instituições; sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullyng escolar no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas municipais de São João del-Rei; sobre o recolhimento e destinação de pneus inservíveis no município e sobre a concessão de 50% de desconto especial no valor de ingresso, em eventos de caráter cultural de SJDR, para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Outros, no entanto, são projetos como títulos de honra ao mérito e denominação de via pública – os conhecidos pedidos de nomes de rua.
Vera do Polivalente, porém, argumenta que todos têm sua importância e que deveria existir certo equilíbrio entre os temas apresentados. “Às vezes em uma reunião tem três, quatro pedidos de mudança de nomes de rua. É importante porque senão o cidadão não recebe suas correspondências corretamente, mas tem que moderar”, disse. “Mudança de nome de rua é importante? Titulo de cidadão é importante? Sim, mas eu somente faço isso quando alguém vem me pedir. Eu tenho outros projetos de cunho ambiental, educacional, de conscientização, então acho que consigo equilibrar os graus de importância”, defendeu.

Polêmicas
Vera do Polivalente (PT) se destaca como única opositora efetiva do prefeito Nivaldo de Andrade (PMDB), uma vez que o prefeito conta com o apoio do PSDB e o outro vereador que era do PT, Gilberto Lixeiro, atualmente está sem partido. Depois de se aliar ao prefeito, Gilberto foi expulso do PT. O vereador alega que, sem o apoio de Nivaldo, não conseguiria emplacar projetos para o seu bairro e para a cidade.
Convencida de que o tempo do prefeito já foi vencido, a petista disse que a cidade não alavancou, ficou estagnada. “O Nivaldo já venceu o tempo dele. Ele já deu o que tinha que dar. Tem que fechar para balanço. A tônica dele o tempo todo é só asfalto e cesta básica. E isso não resolve o problema de ninguém”, afirmou.
            Apesar de a relação entre a petista e o atual prefeito ser de respeito, como ela própria diz, as ideologias dos dois políticos não bate. “Não concordo com certas práticas dele. Não concordo dele atender em outra cidade; ele tem que atender na prefeitura. Também não concordo com o clientelismo que ele faz”, criticou a vereadora.
            Quanto ao clientelismo e imediatismo, características visíveis na atual administração municipal, a vereadora do PT compartilhou em seu perfil no Facebook o que acha sobre isso, no dia 4 de outubro: “Acorda povo: não tem político bonzinho! Cesta básica, remédio, exame, casas populares, material de construção, passagem é direito de quem é carente! Vereador não faz asfalto, não constroi pontes e nem posto de saúde, não arruma emprego na prefeitura e nem paga conta de luz... VEREADOR faz indicações, legisla e fiscaliza... Entenderam?”.
            Em relação à publicação, Vera do Polivalente conta que as pessoas vão ao seu gabinete pedir coisas que geralmente são adquiridas com o prefeito. “Tem gente que vem aqui pedir as coisas, e acham que eu posso dar emprego, posso dar bolsa de estudo. Isso não existe. Hoje existem os programas do governo, o ProUni, o Enem. Tem escola boa e Federal pra todo mundo”, ressaltou. Certa de que as pessoas têm uma concepção muito errada do papel do político, a vereadora afirmou que “as pessoas ficam acostumadas com o tipo de político que é o Nivaldo, imediatista”.
            Entretanto, durante a entrevista, a assessora de Vera pediu para que parássemos de gravar o áudio da entrevista, ao ver que um rapaz se aproximava com uma receita de remédio, que ele afirmava não ter na farmácia popular. Ao mandar perguntar quanto era o remédio, não se sabe ao certo se Vera doou ou não o remédio.
            No início do ano, a petista também viu seu nome envolvido em uma polêmica com o presidente da Câmara dos Vereadores, o Mauro Alexandre Carvalho Duarte - Mauro da Presidente (PSDB). “Foi um certo autoritarismo da parte dele me cortar, enquanto eu tentava falar de um projeto que estava irregular e que me foi passado em cima da hora. Daí revoltou o estudante na platéia, e a cunhada do Mauro, que também estava lá, tomou as dores dele, e fez aquele escândalo”, explicou.
Na ocasião, a cunhada do vereador e o presidente da Câmara Mauro Duarte acabaram agredindo com uma bolsa um estudante que estava apoiando a vereadora. A agressão foi filmada e foi parar na internet e na TV Record, que, por sua vez, veiculou o vídeo, afirmando ser Vera a agressora. (ver vídeo no final da reportagem).

Redes Sociais
Recentemente, Vera do Polivalente tem usado a internet para expor suas ideias. Além de um blog e um site, a vereadora vem utilizando o Facebook como ferramenta de oposição ao prefeito Nivaldo. “Eu gosto de interagir, fazer reflexões, evangelizar, chamar o povo pra discussão política”, esclareceu.
Apesar de acreditar que hoje ninguém vive mais sem a tecnologia, Vera do Polivalente disse que o povo ainda não está totalmente inteirado do assunto. “As escolas têm as salas de computação, mas não funcionam, não tem acesso à internet, e hoje em dia não tem outra saída, é tudo através do e-mail, das redes sociais”, informou a vereadora.
Apesar das polêmicas, Vera parece estar satisfeita com a visibilidade que está conseguindo através da rede social. “Eu sou polêmica e vou usar esses mecanismos o tempo inteiro, mesmo quando eu não tenho nada a dizer, coloco uma reflexão, uma vez que o que venho postando gera muito debate,” contou.
            Para a petista, a sua função como opositora é de crítica. “O dever da oposição é criticar as coisas que realmente estão erradas, quando sugiro uma emenda é pra melhorar o projeto, ninguém faz uma crítica por fazer, só por ser da oposição,” afirmou.

Raízes nos movimentos sindicais e estudantis
A juventude da vereadora Vera Lúcia, que está em seu primeiro mandato, começou no grupo “Jovens para Amar” (Jamar), de orientação filosófica salesiana. Na sua época acadêmica, foi presidente do Diretório Acadêmico São Tomás de Aquino, na antiga FUNREI (hoje Universidade Federal de São João del-Rei). “Comecei dentro dos movimentos estudantis”, afirmou. Dentro dos movimentos sociais também trabalhou com o Projeto "Pão e Água Viva", que acolhia os meninos de rua os ajudando na sua integração na sociedade.
Já nos movimentos sindicais, Vera do Polivalente foi diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte) e hoje é diretora sindical do Sindicato dos Professores da Rede Particular de Minas Gerais (SinproMinas), mesmo não exercendo mais a profissão de professora. Há mais de 10 anos, a vereadora também participa de um grupo que analisa a conjuntura e intervenção nos problemas da sociedade, o “Fé e Política”. Também participa dos trabalhos do Instituto Apoiar e de associações de bairro.
Filiada há mais de 20 anos no Partido dos Trabalhadores (PT), Vera afirmou ter continuado petista porque se identifica com a ideologia e não vê motivo em ficar mudando de partido. O primeiro partido que me simpatizei, há mais de 20 anos, foi o PT”, contou a vereadora. “A gente militava mesmo, aqui em SJDR a nossa turma era boa, a gente ia para as ruas, comprava bandeiras”, lembrou.
Quanto ao fato de ser conhecida como Vera do Polivalente, referência à escola em que lecionou e dirigiu desde 1986, a vereadora, formada em Geografia e graduanda em Direito, depois de aposentada, resolveu ingressar no mundo político. “Logo depois que me aposentei é que me candidatei à vereadora. Não queria acumular tarefas”, explicou Vera. Segundo a vereadora, nas próximas eleições pretende tirar o “do” de seu nome: “Não usando o aparato da instituição de ensino, mas sim o significado da palavra, vou continuar com o nome Polivalente, por que a gente é mãe, dona de casa, vereadora”, disse. Resta saber se um simples “do” retirado do nome fará com que o público desvincule seu nome ao da escola, que lhe deu visibilidade. 

Vídeo do Instituto Apoiar:



Box:
Publicações da Vera Vereadora no FACEBOOK:
- “Gente, ajude a esclarecer ao povo que vereador não pode ficar por aí distribuíndo nada.Foi votado na câmara o projeto de verba para ASSISTÊNCIA SOCIAL a qual tem por responsabilidade doar material de construção, cestas básicas, remédios ,dentaduras,caixão etc para pessoas carentes. 14 de outubro às 01:28.
- “AS pedrinhas portuguesas dos passeios na oito de dezembro estão sendo trocadas pelas pedras SãO Tomé.A cada mandato o SR prefeito faz a troca .Numa gestão alarga também os passeios e na outra estreita...DESPERDÍCIO DE DINHEIRO PÚBLICO.Acorda São joão!”. 14 de outubro às 00:56
- “Se todos que aqui manifestam,os que ligam para as emissoras de rádio e tv, os que estão insatisfeitos com toda a situação, se organizassem e fossem para as ruas, na tentativa de melhorar e reverter a situação, com certeza muita coisa mudaria!”. 13 de outubro às 11:36.
- “Gente, fico muito preocupada com o rumo político de nossa cidade.TEMOS OBRIGAÇÃO de cidadãos conscientes de mostrar á população o verdadeiro papel do político.DEVEMOS fazer jus ao nome de TERRA DOS LIVRES e buscar transparência lutando contra todo tipo de manipulação e corrupção!”. 13 de outubro às 10:58. 
- “Bom dia facebookianos,lembrando a todos que hoje tem reunião ÁS 16HS na Câmara Municipal.As reuniões são transmitidas pela rádio SÃO JOÃO.Participem ou ouçam!”. 11 de outubro às 09:32. 
- “Sr prefeito comemorando seu aniversário no centro da cidade com show e um bolo muito grande .Grande o aparato policial.Funcionários da prefeitura ajudando na distribuíção dos comes e bebes.Ano que vem tem eleição por isso a festança é grande'E se a moda pega muita gente vai comemorar seu aniversário na avenida,sem alvará e com reforço policial.Acorda povo!”. 08 de outubro às 00:18.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Intelectuais e produtores culturais criticam gestão Nivaldo

Por Anna Júlia, Franklin Félix e Nayana Carvalho


Se o prefeito de São João del-Rei, Nivaldo de Andrade (PMDB), garante ter mais de 70% de aprovação da população da cidade e já declara uma possível reeleição, entre os intelectuais e produtores culturais da cidade, existem muitas críticas em relação a sua forma populista de governar o município. Os segmentos mais esclarecidos da cidade também apontam sérios problemas no setor cultural e na preservação do patrimônio histórico da cidade.

Em seu terceiro mandato à frente da Prefeitura, Nivaldo de Andrade se intitula o “prefeito do povo”. Deixa claro que detém o apoio popular – principalmente das classes sociais menos favorecidas e não descarta a ideia de reeleição em 2012. Na eleição de 2008, como candidato, enfatizou que iria trabalhar “pelos pobres” da cidade, garantindo isenção do pagamento de água e IPTU. O prefeito também tem uma política assistencialista e populista, com benefícios a pessoas de baixa renda, como funerária municipal, ambulância nos bairros, ônibus para Belo Horizonte, entre outras iniciativas que, segundo ele, garante à população “tudo de graça”.

Para os setores mais esclarecidos, como professores e intelectuais ligados à Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), a postura de Nivaldo é equivocada. Os projetos assistencialistas são vistos de forma bem crítica. Ao contrário de medidas populistas, eles defendem políticas públicas eficientes voltadas para a preservação do patrimônio histórico e cultural, como formas de alavancar o turismo na cidade e gerar renda.

O professor José Luiz de Oliveira, que é doutor em Filosofia na UFSJ, tem uma visão crítica sobre a gestão do atual governo municipal. Ele afirma que há uma mistura de estilos arquitetônicos, desorganização social, abandono às tradições e apatia entre prefeitura e universidade que marcam a atual situação da cidade. “Em relação à cultura ainda há muito o que se fazer em nossa cidade”, enfatiza.

De acordo com José Luiz de Oliveira, no que diz respeito ao patrimônio arquitetônico, percebe-se um descaso da prefeitura na preservação dos estilos históricos dos séculos XVIII e XIX. “Se você pega o patrimônio cultural entendendo arquitetura como cultura, se percebe claramente que não há essa preocupação e quando se asfalta no entorno, simplesmente mata a harmonia com esse tipo de arquitetura”, critica. Segundo o professor, quanto às tradições são-joanenses, principalmente religiosas, como a Semana Santa, nota-se a falta de interesse e participação do prefeito Nivaldo até mesmo em prestigiar os eventos e aproveitá-los para atrair o turismo, que gera renda, empregos, benefícios para o comércio em geral e visibilidade da cidade. O professor acredita que faltam políticas públicas decentes voltadas para a cultura, dignas de crédito, “pois o que se vê são ações muito tímidas e inexistentes”.

Falta de parceria entre Prefeitura e universidade
O professor ainda destaca que a UFSJ busca sempre interagir com a política da cidade, investindo na implantação de cotas, oferecendo “cursinhos” para pessoas carentes e proporcionado visibilidade com o Inverno Cultural, porém há certo distanciamento por parte da prefeitura com a universidade, não aceitando tal aproximação nem parcerias. Fazendo um paralelo entre cultura e política, o professor diz que seria muito importante elegermos políticos intelectualizados, mas isso não se consegue porque ainda falta uma educação política nas periferias, e São João del-Rei é uma cidade extremamente partidária – já que se sabe que famílias dominam a política do município, como exemplo a família Neves –, gerando paradoxalmente, fidelidade aos partidos dominantes e uma forte oposição. Ambos visam candidatos populares, não intelectualizados, a fim de garantir sua eleição.

Para o Pró-Reitor de Extensão da UFSJ, Marcos Vieira Silva, “São João del-Rei oferece uma possibilidade de acesso à cultura muito boa, principalmente pelas iniciativas da universidade, que tem uma tradição em eventos culturais já de muitos anos e de valorização na cidade, na região e em outros estados”. Ele diz que a universidade tem uma ótima relação com o secretário de cultura da cidade, Ralph Justino, mas faz uma ressalva de que o setor não recebe apoio nem investimento da prefeitura para proporcionar atividades culturais, até mesmo em parceria com a UFSJ. Marcos Vieira afirma que não existe um abismo entre a universidade, a prefeitura, a cidade e as entidades públicas, pois “há muita participação popular, de associações comunitárias em projetos de extensão e pesquisa e parcerias com várias escolas, porém ainda falta um maior envolvimento da prefeitura em criar novas parcerias e manter o que já existe”. O pró-reitor conclui que a não eleição de candidatos com bom nível de formação e intelectualizados se dá pelo fato de existir na cidade uma parcela significativa de pessoas com pouco acesso à educação e menos esclarecidas, que rejeitam todo tipo de mudança, por se sentirem inseguras para optar pelo novo.

Alzira Haddad, gestora cultural da empresa Atitude Cultural diz que “São João del-Rei pode se favelizar se prefeitura não se preocupar com a preservação principalmente arquitetônica da cidade”, permitindo construções inadequadas, ilegais que vão desde os morros, periferias até o centro histórico. Segundo ela, a poluição visual na qual a cidade se enquadra gera o afastamento de turistas, que repercute negativamente na economia, perdendo emprego e renda.  Haddad também admira o trabalho do secretário municipal de cultura, mas acredita que ele fica limitado por não receber da prefeitura os investimentos necessários.

Com olhar de cidadãos são-joanenses, tanto José Luiz quanto Marcos Vieira e Alzira Haddad acreditam que a principai falha da atual administração do prefeito Nivaldo de Andrade é o não cumprimento de um plano-diretor, dos estatutos, leis e medidas já existentes. Ambos vêem a premissa do prefeito de que “tudo é de graça” negativamente, pois o “de graça” nem sempre é de bem feito e de boa qualidade. Em comum a interpretação deles, os problemas que se desencadeiam e marcam tal administração são: a carência de uma melhor organização, a falta de preservação da história e de políticas públicas voltadas à cultura e a higienização da cidade.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Helvécio filia-se ao PT e pode ser o candidato do partido à Prefeitura de São João del-Rei

Bruno Laviola, Pamella Chicarino e Vinícius Borges Gomes



A recente filiação de Helvécio Luiz Reis, reitor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), em setembro, ao Partido dos Trabalhadores (PT) abre especulações sobre a sua possível candidatura à Prefeitura de São João del-Rei.  Helvécio, no entanto, ainda está reticente e afirmou que a sua prioridade é a gestão à frente da UFSJ.  “Filiei-me, sim, ao PT. Esta filiação não tem absolutamente nada com a gestão da UFSJ. É o cidadão Helvécio Reis quem filiou”, frisou.
Helvécio junto com lideranças de seu partido, o PT. (Fonte: ASCOM)
Apesar das escassas declarações do motivo de sua filiação ao PT, a sua entrada no partido e a sua liderança à frente da UFSJ durante oito anos o credenciam como um dos nomes mais fortes da oposição para disputar a sucessão municipal contra o atual prefeito Nivaldo de Andrade (PMDB), que já anunciou que é candidato à reeleição com apoio do PSDB e de Aécio Neves. Em entrevista concedida pouco antes de sua filiação, Helvécio preferiu não fazer críticas diretas à atual administração de São João del-Rei, destacou sua gestão à frente da universidade e falou das especulações eleitorais envolvendo seu nome.
Um dos pontos comentados por Helvécio foi a possibilidade de gestores educacionais entrarem na política. Com base no ministro da educação Fernando Haddad, que disputa no PT a indicação para ser candidato à Prefeitura de São Paulo, Helvécio foi claro em manifestar sua opinião sobre o tema. “As pessoas têm que desmistificar isso. A gente fica expurgando essas pessoas, fica com pudor de quem é gestor público não pode ser candidato, porque fica parecendo que está usando um cargo para a promoção pessoal. Diferente do perfil que a gente vê por aí, eu não vejo isso como um problema”, afirmou. O reitor disse ainda que tem uma excelente relação com o Ministro da Educação e destacou o potencial de Haddad para pleitear a candidatura a prefeito.  “Mas se ele se mostrou bom como gestor público, a gente tem que investir nisso”, ressaltou.
O ingresso do reitor na política partidária em São João del-Rei aponta para novos embates, já que a universidade passa a participar mais ativamente dos rumos da cidade. Helvécio mostra-se atento aos problemas da cidade e de sua relação com a UFSJ. “A cidade enfrenta os mesmos problemas de qualquer cidade: moradia, saneamento e transporte. São problemas que afligem de um modo geral todos os municípios. E cidade que tem universidade acaba por se confundir com a própria universidade e fica mais complicado ainda”, declarou Helvécio diante dos impasses existentes, provocados especialmente pelo aumento populacional da cidade histórica.
            Na avaliação do reitor, o crescimento da UFSJ implica em mudanças na gestão da própria cidade. “Como a cidade está crescendo muito, passando por um processo de aquecimento forte, isso vai exigir dela um processo de adequação”, salientou o reitor. Helvécio destacou os novos desafios decorrentes da expansão da universidade, mas afirmou que não cabe a UFSJ apontar que prioridades o município deve assumir. “Você não tem como chegar numa cidade e dizer: nós vamos criar dez cursos novos, teremos mais dois mil alunos em São João del-Rei nos próximos anos e vocês devem investir em moradia e em saneamento básico”, afirmou.
Ao tratar mais diretamente da gestão da prefeitura de São João del-Rei, Helvécio mostrou cautela ao falar da relação da UFSJ com o órgão: “Em alguns momentos, tanto na prefeitura atual, e ainda mais na anterior, houve alguns encontros em que nós colocamos a prefeitura ciente de que a universidade estava crescendo”, garantiu.
No entanto, o atual gestor da UFSJ não deixou de ressaltar as disparidades entre a universidade e os demais órgãos da administração pública. “Há sempre uma demanda daqui pra lá e de lá pra cá, mas como as coisas são viabilizadas aí é que está a questão. Cada uma estabelece suas próprias prioridades e pode ser que essas prioridades não casem”, pontuou. No entanto, apesar das divergências, destacou que a parceria foi o pressuposto para os progressos do município. “A prefeitura é uma parceira também. A ciclovia foi construída com participação dela”, explicou.
Ao citar a atual gestão, Helvécio adotou cautela e preferiu apontar os respaldos da própria comunidade com relação à universidade: “No nosso caso, o da universidade, eu acredito que a própria população tem reagido, vendo que universidade está crescendo muito e tem investido no setor imobiliário.” Ao ser novamente questionado sobre a sua visão acerca da administração do atual prefeito Nivaldo de Andrade (PMDB), Helvécio foi reticente sobre a sua possível candidatura. “Posso ser mal interpretado. O que eu falar sobre essa relação pode ser um problema, pois meu nome está surgindo como um nome possível à concorrência da prefeitura. Então eu prefiro não falar para não dizerem que eu já estava falando mal da prefeitura”, comentou.
Sabendo de sua capacidade de liderança, legitimada pela sua reeleição ao cargo de reitor com 78% dos votos dos três segmentos da universidade em 2008, o gestor reconheceu sua popularidade. “Sinto-me bastante envaidecido, sair na rua e ouvir: Oh prefeito! Acho que é um reconhecimento incalculável, uma honra enorme, dá um ânimo especial”. Estratégico, o reitor ponderou que o reconhecimento passa por um trabalho coletivo. “Eu não devo isso só ao meu trabalho. Eu devo também a minha comunidade universitária, pois ela trabalhou muito para ajudar a reitoria nessas conquistas de oito anos”, frisou.

Gestão na UFSJ é marcada por constante presença de petistas
Desde 2004 à frente da UFSJ, Helvécio destacou o que ele chama de patrimônio do diálogo estabelecido em sua gestão. “Eu procurei conversar com todos os grupos da universidade para que eles pudessem restabelecer o diálogo e que as mágoas que pudessem ter surgido no processo eleitoral ficassem no processo eleitoral”, afirmou. Helvécio considera tal feito como fator primordial para a realização de seu mandato marcado por presenças constantes de petistas, principalmente pelo fato de o governo federal estar sob o comando do PT desde 2002.
Em Divinópolis, Helvécio se encontra com Lula em 2010
Em sua gestão, destacam-se a criação de três novos campi fora da cidade-sede. São eles: o Campus Alto Paraopeba,  em Congonhas e Ouro Branco, o Campus Centro-Oeste “Dona Lindu”, em Divinópolis, e o Campus Sete Lagoas. Foram criados ainda dez novos cursos em São João del-Rei através do REUNI, programa do Governo Federal para expansão das universidades públicas. Além disso, foram implantados mestrados em diferentes cursos da UFSJ.
As inaugurações e eventos da universidade sempre tiveram a presença de muitas lideranças políticas, o que já sinalizava para a possibilidade de Helvécio ingressar num projeto político-partidário. Nomes petistas de peso não faltaram nesses últimos anos. O deputado federal Reginaldo Lopes, ex-aluno da UFSJ, sempre esteve presente em diversos momentos ao lado do reitor mostrando apoio e a aliança de ambos. A aliança com Reginaldo Lopes foi constante, inclusive, em audiências públicas no Ministério da Educação.
Em 2010, Helvécio recebeu, entre outras lideranças, o ex-presidente Lula no Campus “Dona Lindu” em Divinópolis, a presidenta Dilma Rousseff, que na época ainda era pré-candidata do PT e líderes petistas em Minas como Fernando Pimentel e Patrus Ananias. Apesar de só ter se filiado recentemente ao PT, os rumos políticos do reitor já se desenhavam no último ano diante de suas aproximações políticas.
“Se eu tiver que pleitear, se eu tiver que continuar uma carreira política, porque reitoria também é uma carreira política, não é só ser gestor, eu teria que estar ligado a algum partido. Neste momento, eu não estou filiado a nenhum partido político. Meu partido agora é UFSJ”, declarou Helvécio Luiz Reis poucos dias antes de sua filiação ao PT. O reitor frisou, porém, que a decisão é, por enquanto, uma decisão pessoal.